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https://hdl.handle.net/10316/24071
Título: | O espaço entre em Maputo | Autor: | Fernandes, Soraia | Orientador: | Bandeirinha, José António | Palavras-chave: | Bairro Polana Caniço B; Escola comunitária Polana Caniço B; Maputo | Data: | Jun-2013 | Citação: | Fernandes, Soraia Alexandre - O espaço entre em Maputo : escola comunitária Polana Caniço B. Coimbra, 2013 | Resumo: | Muito para além de representar ideias, havia, em mim, curiosidade em compreender como se transportariam os desenhos, fruto dos nossos projetos, para o espaço real, em conhecer como seria o processo de materialização, em perceber a complexidade da profissão do arquiteto num contexto de contrastes, de recursos escassos e orçamentos limitados, em saber o que seria fazer arquitetura com e para as pessoas do lugar em questão, num exercício “quase que nos limites das possibilidades da arquitectura; ali onde as condições de vida não estivessem certamente formatadas pelo conforto europeu e onde a vigência social fosse aguda e obrigasse a um enorme e voluntário esforço de outra intervenção.”1 É importante “abandonar as questões do século XIX, centradas em volumes e linhas e abordar as problemáticas do século XXI, que respeitam às relações com a natureza, às novas formas inéditas e às emoções. Quero entender qual é, verdadeiramente, a natureza do espaço contemporâneo, como se relaciona com o que produz e como o espaço físico pode produzir conteúdos emocionais.”2 Ainda que consciente da falta de conhecimento e de experiência no terreno, procurei trabalhar num bairro suburbano de uma cidade dual onde fossem notórias as disparidades entre aquilo a que normalmente chamam de cidade e periferia. Indaguei, através dasnovas tecnologias, por entre as cidades do mundo, buscando uma que me parecesse poder responder aos meus requisitos. Aos contrastes acentuados, somei ter o português como língua oficial. Com especial interesse em África, tinha então Bissau, São Tomé, Luanda e Maputo e, sem conseguir explicar porquê, esta última foi a que mais atenção me despertou. Contactei algumas organizações não governamentais (ONG) que tinham projetos em bairros suburbanos dessa cidade e tive a sorte de encontrar uma que aceitou a minha proposta de trabalho. Foi assim que tive a possibilidade de participar no projeto de requalificação e construção parcial de uma escola no subúrbio de Maputo. E é esse o cerne deste trabalho: projeto e obra na Escola Comunitária do bairro Polana Caniço B. A viagem e a experiência na periferia de Maputo são, assim, o ponto de partida para esta reflexão. Para conseguir apresentá-la é, antes de mais, imprescindível falar da cidade onde a Escola se localiza, como se integra e interage com ela, em que medida as suas características espaciais estão ligadas à forma de pensar e aos hábitos das pessoas que aí residem, no subúrbio, mas que vivem as influências e a pressão da cidade, mesmo ali ao lado. Pretende também esclarecer-se a posição do arquiteto, num lugar para o qual quase nunca é chamado e onde a arquitetura se tem consumado, ao longo dos tempos, sem o auxílio das ferramentas habituais de projeto. Num percurso de escalas, em primeiro, é explicada a cidade de Maputo, que na verdade são duas – a cidade de cimento, herdada da concepção dos projetos coloniais, e a cidade de caniço, que se auto-gerou em redor da primeira –, mas é uma, pela relação de interdependência entre elas. Depois, é caracterizado o espaço de transição entre uma e outra, é descrito o bairro Polana Caniço B, situado num ponto de contacto com a cidade consolidada e, finalmente, todo o processo do projeto e obra da Escola Comunitária Polana Caniço B. Há uma tendência para categorizar o centro e a periferia da cidade como formal e informal ou planeada e não planeada, respetivamente. Estes termos não se encontram ao longo do texto, com base na ideia de que a periferia tem uma forma – tudo tem uma forma – e, portanto, não pode ser chamada de informal, e é planeada – pelos próprios moradores, ainda que seja sem acesso às ferramentas de trabalho a que, no mundo ocidentalizado, estamos habituados – e, por isso, não a devemos apelidar de não planeada. Apesar do conhecimento e revisão de algumas referências literárias e de outros trabalhos de campo realizados com a mesma metodologia, a ausência de alusões aos mesmos, durante o texto, é intencional: não se trata de ignorar as questões que levantam, mas antes de dar mais ênfase à experiência no terreno, através do contacto direto com esses problemas; é como se essas problemáticas tivessem presentes no subconsciente, mas quisessem ser detectadas e vividas in loco. | Descrição: | Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/24071 | Direitos: | openAccess |
Aparece nas coleções: | UC - Dissertações de Mestrado FCTUC Arquitectura - Teses de Mestrado |
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